Nada nos é garantido. Joguetes da sorte que nos coube, rimos para enganar o desespero ou vemos o riso a que temos direito encher-se de lágrimas. A nossa vida é, então, uma comédia triste, onde morremos de tanto rir. E o amor só nas coisas improváveis nos é permitido. É a flor do mal que nos sai ao caminho. Bálsamo ou veneno?
Assim se poderia caracterizar o percurso de vida do narrador que, de modo diverso, se conta no romance e no argumento para cinema que anda a escrever. É a história enervada do jornalista Gabriel Rocha, femeeiro incorrigível, de repente tocado pelo susto da atracção homossexual e pela recusa da velhice adivinhada que vem nas primeiras rugas e nos espelhos.
Mas também a vida de cada uma das personagens que ele convoca. O actor gay luso-tailandês que se junta a Gabriel e a Clara e está longe de ser o vértice murcho do triângulo amoroso. A viúva que, no velório do marido, cai nos braços do poeta e daí já não sai. O ajudante de cozinha que tem um fraquinho por cicatrizes. O proprietário de um restaurante que recruta raparigas de estação no Facebook. O realizador que vê nos clichés do riso e da lágrima o melhor que há na nossa humana imperfeição. O escritor homofóbico que, afinal, não dispensa um jantar de carne no espeto num bar gay. A amante que conversa, na horizontal, sobre os temas e problemas da vida do protagonista. O cozinheiro vítima de bullying de um grupo de crianças.
E outras personagens que, com as indicadas, partilham a procura da felicidade das coisas imperfeitas. Não serão todas salvas pelo riso.
Nasceu a 5 de Fevereiro de 1956, em Angra do Heroísmo (São Mateus). Ligado à ação educativa desde 1975, exerceu para além da docência, vários cargos de chefia e de formador, tendo sido, também, coordenador e co-autor de manuais escolares de português (1992-2013), na Areal Editores, e director executivo da revista (In)formar.
Mestre em cultura e literatura portuguesas, pela Universidade dos Açores, publicou, para além das novelas Uma pedra no sapato (1988) e Uma rapariga celta sentada num javali (2014), as obras didácticas Registos de observação e Dicionário da Mensagem (2000). Foi distinguido com o prémio literário Almeida Firmino (1988), com o original A serpente (está escondida) na relva.
A felicidade das coisas imperfeitas é o seu primeiro romance.
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