Jorge Félix Frutado Dias
Como já tinha sido divulgado no meu último trabalho — “Uma Experiência Inacabável” e de uma forma abrangente o meu currículo relembro somente que nasci a 25 de fevereiro de 1942, em Ponta Delgada. O inicio da minha vida escolar começa na Escola Primária de São José, à Praça 5 de Outubro, e após 4 anos nesta e feito o exame de admissão, ingresso a 5 de agosto de 1952 no Liceu Nacional de Ponta Delgada, como reza a minha caderneta. Procurei sempre relacionar-me com todos aqueles com quem tinha de conviver ou trabalhar e com isto senti apetência de me disponibilizar para aqueles aos quais podia ser útil. Tendo concorrido à Academia Militar e já como oficial do Exército exerci muitas vezes funções de categoria profissional superior, o que não só me deu experiência como senti as questões de um modo diferente. Nesta narrativa que agora apresento foram surgindo ideias, conversas e lembranças de factos pelos quais passei bem como, naturalmente, camaradas meus também e resolvi passar ao papel. Será um contributo que não pretende dar lições nem fazer recomendações. Neste meu percurso (e não é só meu) e no contato com tantos(as) cidadãos(ãs) e em variadas instituições recebo como recompensa os afetos e sorrisos que não foram esquecidos em todos esses anos e que para mim são mais importantes e relevantes do que os louvores e condecorações com que me quiseram atribuir. Desta narrativa, com factos passados em épocas e realidades diferentes, o que realço da sua leitura é: “Aproveito este momento para prestar uma homenagem, e se me é permitido fazê-lo, às mães e pais que viram os seus filhos partirem (e nem todos regressaram), às mulheres que viram os seus maridos partirem para sempre, aos e às jovens que não chegaram a conhecer os seus pais. Mais, a todos aqueles para quem o Estado não teve uma atitude nobre que se materializaria na devolução dos restos mortais daqueles que foram defender a Pátria. A Liga de Combatentes tem estado há algum tempo (e penso que continua com esse objetivo) a dar a dignidade que o Estado não foi capaz.” Por isto é que o “O povo é o dono do 25 de abril”.