O que ninguém diria… – EBOOK

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«Através da voz de Jorge Félix Furtado Dias, todos nós viajamos no tempo, embora esta viagem tenha dois destinos diferentes: aqueles que partilharam com Furtado Dias os tempos que esta obra vivifica, chegarão ao porto da Saudade, saudade de tempos e gentes de outras eras, repletas de outras realidades… aqueles que desconhecem os tempos que esta obra reanima, chegarão ao porto da Surpresa, admirados de como, em cerca de 50 anos, o mundo tanto mudou, embora, na essência, tudo seja ainda tão igual. Aceite‑se, assim, esta constatação: qualquer semelhança com a realidade, não é pura coincidência! O que ninguém diria… é uma obra verídica, que traduz a visão de uma pessoa sobre um passado, que reflete uma geração, uma ilha e um país. Neste percurso, Jorge Félix Furtado Dias veste bata, capa e uniforme; é militar e sobrevive à Guerra Colonial; apaixona‑se e tem filhos; torna‑se um trabalhador e um colecionador; enfrenta Uzi’s e rebeliões populares… Ao longo destes vários tempos pessoais, cruza‑se a história de Ponta Delgada, da ilha de São Miguel e de um país em guerra na África, continente tão longínquo que, nesta obra, fica tão perto. A cidade cresce e diversifica‑se; aumentam os equipamentos sociais e recreativos; os tinteiros dão lugar às canetas de tinta permanente; e experimentam‑se bebidas “exóticas” como a Fanta e a Coca‑Cola. É um admirável mundo novo que atravessa a segunda metade do século XX, onde a empregabilidade também era uma preocupação efetiva e uma viagem de São Miguel a Lisboa durava dois dias e meio de barco. Mas neste mundo novo, caro leitor, permanece uma visão tradicionalista sobre o feminino, que Furtado Dias descobre. O casamento por procuração com Maria Teresa é, talvez, um ensaio dos atuais afetos digitais que as redes sociais abrigam. Mas a leitura do contrato de uma professora, na década de 1920, é ilustrativa da claustrofobia de um Estado republicano em formação: não podiam casar, passar pelas “sorveterias” sozinhas, andar na rua entre as 20 e as 6 horas, beber vinho, cerveja ou uísque, abandonar a cidade sem autorização masculina, etc. Em 2018, tais proibições são inimagináveis. Por este e muitos outros motivos é que O que ninguém diria… é uma obra fundamental. Assim, ainda bem que Jorge Félix Furtado Dias disse!».

Susana Goulart Costa

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Autor: Jorge Félix Frutado Dias

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DETALHES DO PRODUTO

Informação adicional

Edição

2.ª Edição, revista e ampliada: do autor

Idioma

Português

N.º Páginas

348

SOBRE O AUTOR

Jorge Félix Frutado Dias

Como já tinha sido divulgado no meu último trabalho — “Uma Experiência Inacabável” e de uma forma abrangente o meu currículo relembro somente que nasci a 25 de fevereiro de 1942, em Ponta Delgada. O inicio da minha vida escolar começa na Escola Primária de São José, à Praça 5 de Outubro, e após 4 anos nesta e feito o exame de admissão, ingresso a 5 de agosto de 1952 no Liceu Nacional de Ponta Delgada, como reza a minha caderneta. Procurei sempre relacionar-me com todos aqueles com quem tinha de conviver ou trabalhar e com isto senti apetência de me disponibilizar para aqueles aos quais podia ser útil. Tendo concorrido à Academia Militar e já como oficial do Exército exerci muitas vezes funções de categoria profissional superior, o que não só me deu experiência como senti as questões de um modo diferente. Nesta narrativa que agora apresento foram surgindo ideias, conversas e lembranças de factos pelos quais passei bem como, naturalmente, camaradas meus também e resolvi passar ao papel. Será um contributo que não pretende dar lições nem fazer recomendações. Neste meu percurso (e não é só meu) e no contato com tantos(as) cidadãos(ãs) e em variadas instituições recebo como recompensa os afetos e sorrisos que não foram esquecidos em todos esses anos e que para mim são mais importantes e relevantes do que os louvores e condecorações com que me quiseram atribuir. Desta narrativa, com factos passados em épocas e realidades diferentes, o que realço da sua leitura é: “Aproveito este momento para prestar uma homenagem, e se me é permitido fazê-lo, às mães e pais que viram os seus filhos partirem (e nem todos regressaram), às mulheres que viram os seus maridos partirem para sempre, aos e às jovens que não chegaram a conhecer os seus pais. Mais, a todos aqueles para quem o Estado não teve uma atitude nobre que se materializaria na devolução dos restos mortais daqueles que foram defender a Pátria. A Liga de Combatentes tem estado há algum tempo (e penso que continua com esse objetivo) a dar a dignidade que o Estado não foi capaz.” Por isto é que o “O povo é o dono do 25 de abril”.

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